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ELEGUÁ

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Ficção l 26:00 l Direção: yuri costa l 2018

mariana é uma jovem se recuperando de uma séria crise de depressão. ela só quer ser feliz, mas ainda precisa encontrar seu caminho.

Roteiro: yuri costa e Luan de Souza Oliveira

Produção: Janyne Sousa e yuri costa

Montagem: yuri costa e Kepler Jofre

Elenco: Timbuca Hai, Paulo Guidelly e Diomar Nascimento

Direção de Fotografia: Max Chagas

Direção de Arte: Max Willa Morais

Som: Victor Oliver

Resenha

Por: Suete Souza da Silva

Eleguá é o curta-metragem inaugural e independente do jovem cineasta, pesquisador e realizador yuri costa. Na ficção, Mariana é acolhida pelo irmão Davi, após um longo período de distanciamento e isolamento, decidida a reestruturar o cotidiano no apartamento que lhe é familiar. Circunscrita às atualizações recebidas no espaço doméstico, a jovem inspira-se a exercitar sua força de vontade dentro e fora dali – apesar disso, é nas expectativas de desempenho e movimento a sós que a protagonista percebe-se, a todo momento, numa batalha para o resgate de si. Mariana não superou todos os elementos que a condicionam sob a inércia da depressão.

Entre lembranças denunciando a agonia entre quatro paredes esbranquiçadas e a dissociação buscando pela mobilidade urbana nas encruzilhadas do Méier, Zona Norte da capital metropolitana, a protagonista retorna ao contato com o irmão e consigo mesma nos quartos vermelhos de sua casa – revelando, na comunicação segura do ambiente doméstico, condições passadas e elementos possíveis que posicionam sua existência no agora. Pois é no agora, entre atabaques e batuques extradiegéticos, que Mariana tenta conectar-se com sua presença entrecortando-a por diferentes territórios, tempos e ritmos de funcionamento – na busca de fluidez em meio a uma dessincronia que é revelada não apenas na arte e nos recortes ambivalentes da montagem, mas também pelas atuações excepcionais de Paulo Guidelly e Timbuca Hai.

Eleguá traz à tona os espaços entre quatro paredes, nos subúrbios cariocas, como locus de resistência e de mudança para determinados sujeitos – o que só é possível por meio de uma humanidade e de um afeto ancestral que atravessam muitas outras gerações. É na ritualização sincrônica dos elementos estruturais que condicionam a subjetividade da protagonista que, a ela, é permitida existência e liberdade: entre símbolos cinematográficos que concedem não apenas sua independência, mas uma abertura circular de caminhos pelo Rio de Janeiro.

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