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Cineclubismo na BF

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Documentário l 21:33 l Direção: Carol Vilamaro l 2018

Na Baixada Fluminense, coletivos culturais independentes iniciaram um movimento cineclubista que leva o cinema até o espectador. Há mais de dez anos atuando no território, esses Cineclubes tem um papel fundamental na construção social das regiões periféricas e abrem o debate para transformação do cotidiano nessas cidades. Promover Cineclubes é preservar a possibilidade do encontro, da identificação com o outro e o prazer de compartilhar e motivar pessoas.

Roteiro: Carol Vilamaro

Produção: Giordana Moreira

Montagem: Maicon de Paula

Elenco: Ana Paula Azevedo,  Bia Pimenta,  Dida Nascimento,  Diego Bion,  Érica Nascimento,  Heraldo HB, Igor Barradas,  Isabella Tavares,  Kathleen Ferreira,  Luana Pinheiro,  Nicole Peixoto Pamela Ohnitram,  Ricardo Rodrigues,  Sassá de Souza  / Participação Especial: Quitta Pinheiro

Direção de Fotografia: Priscila Alves

Direção de Arte: Carol Vilamaro

Som: Rebecca Joviano, Amanda Moraes, Anne Santos

Resenha

Por: Felipe Novoa

Um documentário com um objetivo simples mas extremamente bem montado, Cineclubismo na BF é um curta que brilha com seu tema inclusivo e atrativo. Ao registrar diversos cineclubes da baixada a diretora Carol Vilamaro mostra um respeito enorme pelas cenas cinéfila e cultural das bordas da metrópole fluminense. 

 

Ao registrar a produção cultural fora da capital é possível notar a garra dos produtores e cinéfilos envolvidos nesses pequenos núcleos de resistência. Eles bancam com dinheiro do bolso esses encontros públicos e dificilmente conseguem apoio governamental. Por mais ridículo e preconceituoso que isso seja, a mentalidade de que cidades e bairros dormitórios existem apenas para fornecer trabalhadores para a capital perdura. Suas prefeituras teimam em perpetuar esse pensamento ao manter um incentivo basicamente inexistente à cultura e educação.

 

Se por um lado os coletivos e cineclubes encontram resistência e indiferença das prefeituras, com o povo já é outra situação completamente diferente. As pessoas são tocadas intimamente pelos diversos projetos que circulam pelas cidades, além do fato de estarem sendo expostas a um universo ao qual dificilmente teriam acesso por conta própria. A inserção cultural em comunidades carentes é tratada como uma das últimas prioridades numa longa lista de preocupações na mente tanto da população quanto das prefeituras, o que muitas vezes leva alguns a arregaçar as mangas e tomar essa responsabilidade como missão pessoal.

 

Outro fruto dessa difusão cinematográfica é a produção de diversos curtas por pessoas em toda a região. A alta penetração de smartphones e câmeras de baixo custo em toda a população, inclusive nas periferias, deu as ferramentas necessárias para que filmes de todo tipo sejam produzidos por qualquer um com uma ideia na cabeça. Essa democratização das ferramentas antes elitizadas traz toda uma nova geração de cineastas que de outra forma não poderia acessar esse mundo. Os cineclubes além de trazer filmes de todo lugar também expõem os filmes locais, dando visibilidade àqueles que estão criando apesar das dificuldades do mundo a sua volta.

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