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Até a China

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Animação l 15:00 l Direção: Marão l 2015

Fui pra China só com bagagem de mão. Na China os motociclistas usam casaco ao contrário e os restaurantes servem cabeças de peixe, lagostins e enguias. A funcionária do evento estuda cinema e gosta de filmes de Kung Fu. Comprei pés de galinha embalados a vácuo.

Roteiro: Marão

Produção: Letícia Friedrich

Montagem: Alessandro Monnerat

Elenco: Marão, Yohana Lazarova, Carlos D, Silvana Andrade, Lora Lazarova e Sofia Pichoneri

Direção de Fotografia: Marão

Direção de Arte: Marão

Som: Ana Luiza Pereira

Resenha

Por: Leonardo Martinelli

É inegável que toda obra cinematográfica vai passar por alguma ressignificação ao longo dos anos. Um filme sempre traz diversos signos, e o significado intrínseco a eles tende a se tornar cada vez mais múltiplo. Hoje, é impossível assistir ao curta-metragem "Até a China", de Marão, sem pensar sobre como esses códigos são lidos num mundo com a pandemia de COVID-19. Desde os termômetros em aeroportos para detectar febres, até os "diferentes" hábitos alimentares da culinária chinesa. 

 

Justamente, é delicado tratar desses assuntos quando uma ala conservadora da sociedade se aproveita dessas diferenças culturais para pregar sua agenda política, devidamente recheada de xenofobia. Por isso o filme de Marão se apresenta hoje de forma curiosa: ele traz os contrastes culturais que um cidadão fluminense tem no outro lado do mundo, mas sem aplicar moralismo ou juízo de valores. Os assuntos são tratados de forma inerentemente pessoal, o que dá uma carga de intimidade no filme. 

 

Com uma narração propositalmente informal, somos inseridos nesse universo de contrastes. Somos levados a analisar o que supostamente é considerado normal para nós e para eles. Pois certamente, se fosse ao contrário, os estranhos seríamos nós.

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