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À Margem das Torres

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Documentário l 25:00 l Direção: Ton Apolinário l 2019

Vila das Torres foi uma comunidade auto construída a partir de uma das maiores hortas urbanas do Rio de Janeiro, abaixo das torres de energia da companhia Light e ao lado das linhas do trem. Em 2010, a comunidade foi completamente removida para a construção do Parque Madureira. Oito anos depois ex-moradores e vizinhos compartilham seu passado e os efeitos de seu apagamento

Roteiro: Bernardo Telles, Eric Richter, Julia Hett, Mateus Sanches Duarte e Ton Apolinario

Produção: Mateus Sanches Duarte

Montagem: Bernardo Telles, Eric Richter, Julia Hett, Mateus Sanches Duarte e Ton Apolinario

Direção de Fotografia: Julia Hett

Direção de Arte: Bernardo Telles

Som: Carlos Oliveira

Resenha

Por: Mauro Machado

O título “À margem das torres” é direto e esclarecedor quanto a própria obra, que trata da situação social consequente da remoção de inúmeras famílias da Vila das Torres, em Madureira, para a construção do Parque Madureira. O documentário é uma coletânea de relatos, de falas de moradores do local que acabaram sofrendo com esse projeto e tem forte perfil de denúncia, que ganha força ao estabelecer paralelos entre as diferentes narrações ouvidas no curta-metragem. É deixado que os entrevistados falem e é entendido que suas palavras bastam por si só, o que é notado pelos comentários feitos por parte do realizador que se limitam a montagens e ideias inseridas por meio da imagem, combinando ambos crítica e tematicamente de forma perspicaz e respeitosa. 

 

Embora o recorte do filme se limite a esse caso, no entanto é preciso ainda acrescentar que as remoções de populações menos abastadas é algo absolutamente comum no Brasil, como ocorrido nas reformas urbanas propostas por Pereira Passos no início do século passado. Nessa diferença temporal de mais de cem anos, os personagens afetados são os mesmos, assim como as políticas públicas causadoras disso também podem ser percebidas como semelhantes. Nesse sentido “À margem das torres” é assertivo ao estabelecer um panorama variado e real, cru, das remoções na vidas das pessoas que de fato por ela são afetadas. O documentário é humano e esse é o seu ponto mais comovente, a valorização de cada história contada que, de modo coletivo, dá a dimensão das problemáticas sociais existentes naquele lugar. 

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