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Aruã e a Sombra

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Ficção l 4:52 l Direção: Catharina Felix l 2020

No dia seguinte, não havia mais ninguém na cidade. De companhia, Aruã só tinha a própria Sombra. Aruã e a Sombra é um filme sobre conviver em paz com nossa própria escuridão.

Roteiro: Catharina Felix

Produção: Catharina Felix e Maria Clara David

Montagem: Pedro Gabriel Miziara

Elenco: Luiza Porto

Direção de Fotografia: Yuri Bram

Direção de Arte: Catharina Felix

Resenha

Por: Mauro Machado

Produzido em 2020 contando com menos de cinco minutos de duração, “Aruã e a Sombra” apresenta alguns dos pontos que tem sido tão comuns nesse ano. O isolamento social como forma de proteção e contenção da epidemia do covid-19 faz com que percamos muito do contato com o outro mas que, em contraponto, rende um maior contato consigo mesmo. A introspecção está tão em alta no mundo quanto está em “Aruã e a Sombra”, que opta por um tom bastante lúdico, se assemelhando a uma peça de teatro infantil, para propor reflexões de forma metafórica sobre os conflitos internos que todos temos. A sombra, que tanto está conosco quanto com Aruã, nos acompanha o tempo inteiro e nem sempre é uma companhia agradável. Na falta de possibilidade de se afastar dela, no entanto, não sobra alternativa que não conviver com ela, senão aprender a lidar com nós mesmos e as tantas problemáticas que existem aí. 

A animação, combinada à narração, é a força motriz da narrativa e que é responsável por um impacto que foge de um drama mais convencional. Ao carregar consigo essa característica fabulesca, “Aruã e a Sombra” acaba despertando um pouco da criança interior do espectador que, surpreso, vai se entregando ao lado fantástico existente no universo desse curta-metragem. Aliás, o contraste do preto e do branco que aparece inclusive de forma visual e muito predominante aqui é outro ponto em que a dramaticidade é articulada sem que haja perda desse olhar mais ingênuo, inocente. O filme, de forma resumida, pode ser colocado como um acalento no coração daqueles que, invariavelmente, vão ver se forçados a perceber sua própria sombra e interagir com ela. 

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