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MC Jess

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Ficção l 20:00 l Direção: Carla Villa-Lobos l 2018

Jéssica tem que enfrentar o preconceito cotidiano. Encontra na arte uma forma de se expressar e superar suas inseguranças.

Roteiro: Carla Villa-Lobos

Produção: Julia Araújo

Montagem: Carla Villa-Lobos

Elenco: Carol Dall Farra, Vitória Régia da Silva, Fernanda Dias, Anna Vieira, Altair Rodrigues, Christian Santos, Vinicius Alves e Gustavo Luz

Direção de Fotografia: Andressa Guerra

Direção de Arte: Fernanda Martins

Som: Mariana Graciotti e Pedro Moraes

Resenha

Por: Leonam Monteiro

Ao olharmos MC Jess (Carol Dall Farra), não é suficiente apenas enxergarmos uma mulher. Para acompanhar a narrativa do filme de Carla Villa-Lobos, é necessário que enxerguemos uma mulher, negra, lésbica e periférica. Uma personagem atravessada por essa interseccionalidade é, no mínimo, interessante de ser acompanhada. 

 

Jess ganha a vida como camelô de trem, no Rio de Janeiro. Tarefa que desenvolve com alguma desenvoltura. Além de seu trabalho, a vida amorosa ambienta seu cotidiano. Por ser lésbica, a moça não tem uma boa relação com seu pai evangélico, que não a aceita debaixo de seu teto. É a partir do trauma que a arte surge como um pilar de salvação em sua vida. As rimas que utiliza nas vendas de suas mercadorias não são apenas versos soltos. O uso da palavra foi a escolha de Jess para superar seus traumas, ou melhor, para amenizá-los. A escrita e a fala são suas formas de ser e estar no mundo. 

 

Na virada da narrativa, a vida de Jess é compartilhada com outras poetas e MC’s negras. Esse cruzamento entre a ficção e a realidade são um ganho do filme. Existe uma naturalidade de trânsito entre a narrativa ficcional e documental, que ficamos em dúvida se, de fato, a Jess está encenando uma outra vida ou se sua vida está sendo ficcionalizada. Ao fim e ao cabo, MC Jess nos presenteia com a arte que a salvou. Com a arte que salva muitos pretos e pretas que sobrevivem ao genocídio diário de nossa população.

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