Maria Adelaide
Ficção l 15:31 l Direção: Catarina de Almeida l 2018
Maria Adelaide, retirante nordestina, descobre na cidade grande do Rio de Janeiro uma identidade que permanecia escondida.
Roteiro: Catarina Almeida
Produção: Daniela Chrispim
Montagem: Catarina Almeida, Wallace Novoa
Elenco: Kika Farias, Mano Melo, Diego Diener, Ludmila Dangelis, Marcione Pará, Heitor Nóbrega, Ana Luz e Lino Besser
Direção de Fotografia: Ricardo Alexandria
Direção de Arte: Helena Cunha
Som: Wallace Novoa
Resenha
Por: Geovana Diniz
O carnaval é aquela época mágica em que você pode ser quem você quiser, quando o pudor e os julgamentos da nossa sociedade patriarcal e preconceituosa ficam um pouco de lado. Mas e se você quisesse ser você mesmo? E se a fantasia não fosse apenas de momento?
Essa é a história de Maria Adelaide. A diretora Catarina Almeida conta de uma maneira simples e muito natural as transformações de uma nordestina recém-chegada do interior para a cidade grande, encontrando não só novos costumes e uma nova realidade, mas também uma nova identidade e um novo corpo. O filme aborda de forma notável um assunto que não costuma ser tratado no audiovisual e muito menos no cenário brasileiro; sem estereótipos, sem sexualização, é muito segura a condução de Catarina Almeida.
Maria Adelaide é a história de muitas pessoas que precisam reivindicar o simples direito de existir. O Brasil é o país que mais mata LGBTQI+ e é líder mundial em assassinatos de pessoas trans. Na luta para viverem sua identidade, a escolha de uma roupa ou de um corte de cabelo já se torna um grande ato de resistência. O filme nos coloca para refletir a representatividade – ou a falta dela – e a complexidade da identidade de gênero. Essa nova identidade é uma mudança total? A personagem se tornará outra pessoa? Ou ao cessar suas angústias encontrará satisfação no próprio corpo? São questões sem respostas fáceis ou definitivas. E Maria Adelaide, felizmente, abre espaço para que elas sejam debatidas.